Diante do aumento de criminalidade no Belvedere, verificado nos últimos dias, através de casos de assaltos e furtos a moradores, funcionários de empresas instaladas na região e, ainda, aos praticantes de atividades esportivas pelo bairro, as diretorias de Segurança da Associação dos Moradores do Bairro Belvedere (AMBB) e Associação dos Amigos do Bairro Belvedere (AABB) reuniram-se com o Ten. Coronel Olympio Garcia, do 22º Batalhão da PMMG, para expor suas opiniões e saber das medidas que a Polícia Militar está adotando para coibir esse tipo de delito.
A reunião, embora aberta ao grupo do Telegram, um aplicativo da PM que funciona como um WhatsAp e monitora as conversas relacionadas à segurança dos moradores, não contou com a participação expressiva da comunidade que hoje conta com 100 integrantes nessa rede de comunicação. Na ocasião, o Ten. Cel Olympio Garcia comunicou aos diretores que a polícia vai deslocar sua base comunitária para o bairro, para atuar nos horário de maior incidência dos delitos, expandindo também o policiamento nas ruas do bairro.
Ainda segundo o comandante do Batalhão, a PM vai deslocar duas motos com policiamento repressivo e estudar uma melhor forma de empenhar a viatura dentro do Belvedere, uma vez que a mesma tem se destinado com frequência para o BH Shopping, o que impede o policiamento dentro do bairro.
“Rachas” e câmeras
Outra ação importante informada pelo Cel. Olympio é com relação à operação para identificação de motoristas que estão praticando os chamados “rachas” nas ruas e avenidas, e quais providências serão adotadas contra esses praticantes. Muitos moradores tem denunciado que estes “rachas” acontecem nas avenidas Luiz Paulo Franco e na Paulo Camilo Pena, principalmente, nas quintas e sextas-feiras, durante a madrugada.
Durante a reunião, os diretores foram informados que uma comissão dentro do bairro irá acompanhar a instalação das câmeras de olho vivo. Segundo a PM, o Centro de Tecnologia da Polícia Militar assumiu a coordenação do projeto e caso não receba os repasses de recurso para pagamento da empresa contratada, os moradores serão imediatamente comunicados para uma cobrança nesse sentido junto ao Estado.
O Coronel Garcia anunciou aos moradores que existe um Projeto de Lei em tramitação na Assembleia de Minas que dispõe sobre a liberação dos policiais militares para apresentação dos infratores dentro do próprio Batalhão de Polícia do bairro. Pelo projeto, após aprenderem os bandidos os mesmos seriam conduzidos diretamente ao batalhão e a ocorrência seria realizada por outro policial de plantão. Atualmente, quando a PM prende um bandido no bairro, ela se desloca até o Barreiro, o que demanda muito tempo e deixa a região completamente vulnerável. A solicitação é que os moradores pressionem os deputados a votarem com rapidez esse projeto de lei.
Os casos de assaltos e furtos estão acontecendo em horários mais diversos, alguns relatos são de furtos a moradores às 6 horas da manhã, quando saem para a prática de caminhadas. O deputado Gustavo Corrêa (DEM), que é esportista e costuma correr nesse período da manhã, chegou a assistir a ação desses bandidos e prometeu fazer um pronunciamento na Tribuna da Assembleia para alertar sobre o problema e solicitar providências da PMMG.
Segundo a AABB, outras medidas foram apresentadas e por questão de segurança e lógica não serão informadas. O Coronel reforçou a importância dos moradores de se cadastrarem na rede de vizinhos do Telegram, um aplicativo de comunicação onde o morador pode avisar sobre suspeitos ou delitos em ruas ou em suas residências. Através do aplicativo, por exemplo, um vizinho pode comunicar ao outro que vai viajar e assim contar com o apoio de todos no entorno para a segurança de sua residência.
A mobilização será intensa por parte das associações junto aos moradores e através de contato direto com a PM. E dentro de 30 dias, o grupo voltará a se reunir para fazer um diagnóstico da situação, conferir os resultados e saber se houve alguma falha a ser corrigida.
Vila da Serra: assalto com arma à luz do dia
Os moradores do Vila da Serra, em Nova Lima, vizinho do Belvedere, também estão sofrendo com a violência que a cada dia está aumentando em todo o Estado. Além de casos de arrombamentos de veículos e em imóveis, os moradores estão relatando assaltos a mão armada, como é o caso descrito para o JORNAL BELVEDERE do morador Guilherme Corrêa: “Depois de morar 10 anos na Rua Desembargador Jorge Fontana e há dois anos na Rua Ministro Orozimbo Nonato, sinto que a violência se faz cada vez mais presente na região. No dia 11 fui assaltado a mão armada, em plena luz do dia, às 16h30m dentro de uma imobiliária que fica de frente pra rua com toda fachada de vidro. No momento haviam três pessoas dentro da imobiliária, e ocorreu aquela cena que por tragédia e falência social está se tornando clássica em nosso País, um motoqueiro e um garupa, ambos de capacete, um ficou na moto enquanto o outro entrou armado na loja”.
Prossegue o morador: “O meu prejuízo foi enorme, pois levaram tudo que tinha (computador, relógio, cordão de ouro, pulseira, aliança, anel, celular) que totaliza por algo de R$20 mil, fora uma quantidade de arquivos de trabalho que estavam no laptop, que naquele momento não tinham backup. Todo o acontecido durou poucos minutos, não foi tão rápido quanto imaginaria que fosse”.
Guilherme Corrêa ressalta que não imaginava que a situação não estava tão grave: “Enfim... depois de comentar o tema com vizinhos, amigos e nas redes sociais percebi que está muito mais grave do que imaginava, pois um vizinho nosso foi assaltado na Avenida Luiz Paulo Franco, às 18h, com o trânsito parado e pela descrição parece ser a mesma dupla. Outra amiga, ex-vizinha na Jorge Fontana, disse que tem uma dupla com moto fazendo assaltos lá também do mesmo jeito. Também obtive relatos de dois casos, no bairro Santa Lúcia, um na loja da Bel Lar, que foi rendida do mesmo jeito, e outro na Escola Maple Biar, também quando acorria aulas de inglês à noite”.
Guilherme Corrêa desabafa: “A que ponto chegamos? Pergunto, como está a presença, a relação da polícia na região? Percebo que falta muito mais do que câmeras, porque elas podem ajudar e muito na identificação destes marginais, mas precisamos da Polícia Militar presente”.