Os últimos registros de assaltos e furtos a moradores, trabalhadores e praticantes de corridas e caminhadas no Belvedere levaram as principais lideranças do bairro a se reunirem com o Comandante da 1ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Cel. Winston Coelho Costa, que é responsável pelo Policiamento de BH, para discutir a situação. Durante a reunião, os presidentes da Associação dos Moradores e dos Amigos do Belvedere, Ubirajara Pires e Marco Túllio Braga, e seus diretores, apresentaram as principais demandas da região e questionaram sobre as ações a serem realizadas pela Polícia Militar para melhorar preventivamente a segurança no Belvedere e nos bairros em torno.
Na ocasião, o presidente da AABB, Ubirajara Pires, ressaltou que “a Associação tem trabalhado incessantemente em defesa da comunidade, firmado parcerias estratégicas com entidades públicas e privadas, buscando valorizar e preservar, acima de tudo, a qualidade de vida e a segurança dos moradores e trabalhadores no bairro e também dos que transitam pela Lagoa Seca”. Ele informou ao comandante que os últimos acontecimentos divulgados pela mídia trouxeram medo e insegurança à comunidade, apesar de todo o trabalho da PM.
Já o presidente da Associação dos Moradores do Belvedere, Marco Túllio Braga, lembrou que no passado as associações chegaram a celebrar um convênio com a PM para a doação de três carros e três motocicletas. E que a polícia sempre prestou bons serviços no bairro, mas que a presença tanto de policiais quanto de viaturas estava precária na região. “Estamos muito preocupados, queremos unir forças para juntos encontrarmos uma solução que ponha fim à insegurança. Nós queremos ser parceiros da polícia, fazer a nossa parte e garantir a tranquilidade no bairro”, destacou.
Comandante:“legislação frouxa” permite bandido solto dois dias depois
Depois que as lideranças e diretores expuseram as demandas, o Cel. Winston Costa apresentou as ações para reduzir os índices de criminalidade e para aumentar a sensação de segurança. Ele ressaltou que “a Polícia Militar irá empreender todos os esforços para atender os moradores” e informou que o cenário e as condições interferem no processo institucional. “O País tem uma legislação frouxa, que permite que o bandido seja solto dois dias após ser preso. Nós trabalhamos mais na motivação do policial no exercício diário de suas atividades que no treinamento. É preciso mudar a legislação para termos uma segurança maior. Estamos hoje com 900 soldados sendo preparados na Academia para atuarem na Capital e em toda a Região Metropolitana. Esse será um grande reforço”, anunciou.
Ainda segundo ele, não é a falta de viaturas que está trazendo o problema para o bairro e sim o cenário atual que proporcionou o aumento de delitos e furtos. Ele informou também que a polícia está realizando de 14 a 20 blitzes por dia, onde são verificados itens como placas adulteradas, carros roubados e irregulares. Só no Belvedere estas ações já foram realizadas várias vezes no último mês.
O coronel reforçou sobre a importância de uma aproximação maior entre a PM e as entidades, sobre a instalação das câmeras do Olho Vivo que vão dar mais estruturação ao trabalho e promover maior intervenção junto aos suspeitos dentro do bairro e sobre a necessidade de registrar as ocorrências, pois hoje o número de registros não corresponde à realidade que a comunidade está apresentando.
O Cel. Winston também falou do bom relacionamento com os vizinhos que pode ser a garantia de mais segurança e sobre a importância de todos se cadastrarem no aplicativo do Telegram: “Essa é uma rede de comunicação eficiente e através desse aplicativo, o morador pode comunicar com o vizinho e com a PM sobre suspeitos na região. Isso facilita a identificação no tempo real, otimizando os resultados. Também fortalece as relações com os outros moradores e cria um canal de informação, sobre tudo o que está acontecendo na sua rua ou no seu quarteirão”, justificou.
Posto no Belvedere dá lugar à desordem noturna
Um fato recorrente que vem tirando o sono e a tranquilidade dos moradores do Belvedere é o barulho à noite no posto de combustível, na esquina das avenidas Luiz Paulo Franco com Paulo Camilo Penna. Relatos de moradores junto à Associação de Amigos do Bairro Belvedere (AABB) comprovam que a concentração de jovens de várias idades nas noites de quinta-feira e nos finais de semana naquele local está causando transtorno a quem reside nos edifícios próximos. O ponto de encontro recebe grupos de jovens que se reúnem para beber e em seguida praticar suas performances nos veículos, os chamados “pegas”.
Segundo o presidente da AABB, Ubirajara Pires, a situação vem se arrastando há muito tempo e a cada semana os episódios de desordem e barulho vão se tornando insuportáveis. De acordo com ele, o som alto continua durante a madrugada e os vizinhos só dormem depois que os jovens vão embora. “A Associação já acionou a Polícia Militar para resolver o problema, pois os moradores não suportam mais esse tipo de bagunça que acaba se estendendo pelas ruas, uma vez que os ‘clientes’ do local saem pelas ruas em alta velocidade nos carros e com o som em alto volume. Ali não é local para isso, estão atrapalhando a ordem e a tranquilidade do bairro ao ocupar o espaço externo do posto”, salientou o presidente da AABB.
O movimento começa no início das noites de quinta-feira e geralmente é maior nas sextas e sábados. Frequentadores ocupam lugares dentro do posto, nas calçadas e nas ruas, dividindo espaços com veículos.
OUTRO LADO
O JORNAL BELVEDERE procurou a direção do Posto Belvedere para ouvir o seu lado, mas o proprietário Wagner Amorim preferiu se manifestar sobre as reclamações dos moradores somente após a publicação da respectiva matéria.