Vistoria conjunta do Ministério Público, da COPASA e Prefeitura de Belo Horizonte, com o acompanhamento de um membro da Associação de Amigos do Bairro Belvedere (AABB), começa a desvendar os problemas de lançamento de água servida em alguns pontos da Lagoa Seca.A Associação de Amigos do Bairro Belvedere (AABB) e o deputado João Leite (PSDB) solicitaram, em 2015, à Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais providências no sentido de dar os devidos encaminhamentos para sanar os problemas de lançamento de água servida em alguns pontos da Lagoa Seca. Essa medida foi adotada após mais de 12 anos de solicitações feitas junto à Prefeitura de Belo Horizonte e à SUDECAP sem que fosse apresentado diagnóstico conclusivo e soluções adequadas para o problema. No último dia 19 de agosto, no período da manhã, foi realizada uma vistoria conjunta do Ministério Público, da COPASA e Prefeitura de Belo Horizonte, com o acompanhamento de um membro da AABB no local.
Durante essa visita, os representantes dos órgãos públicos (Ministério Público, COPASA e PBH) e da AABB percorreram todo o entorno da Lagoa Seca e detiveram-se nos pontos de lançamento de águas pluviais e no vertedouro (saída das águas). Eles levantaram vários dados e informações relevantes para a elaboração de um diagnóstico que aponte, de fato, para possíveis soluções.
Águas servidas
Na ocasião, os técnicos e representantes da Associação de Amigos do Belvedere apresentaram e discutiram algumas hipóteses sobre o problema. Uma delas, que as águas lançadas na Lagoa Seca originam-se de imóveis comerciais e residenciais, que se valem da rede pluvial para o escoamento de água servida, com visível índice de contaminação por produtos químicos (material de limpeza, tinta, água sanitária e outros). Também que as águas servidas que são lançadas por edifícios passam pelos bueiros e escorrem para a Lagoa Seca. Esse fluxo foi atestado em dois pontos do entorno, uma vez que o período de estiagem permitiu detectar a origem das águas servidas naqueles pontos específicos.
Ao final da visita, técnicos da COPASA coletaram água em quatro pontos considerados críticos em função da coloração e odor detectados na ocasião. A representante da AABB solicitou uma nota técnica dos órgãos envolvidos.
O presidente da AABB, Ubirajara Pires, declarou ao JORNAL BELVEDERE “que espera, agora, com a atuação do Ministério Público, que os órgãos competentes – a Prefeitura de Belo Horizonte e a COPASA - apresentem soluções viáveis para sanar os problemas das águas poluídas na Lagoa Seca”. E que, o espaço da Lagoa Seca reúna as melhores condições para atender às suas finalidades de interesse público: seja ela ecológica, como bacia reguladora de águas pluviais; desportiva, para prática de caminhadas e atividades esportivas; e social, como espaço de encontro e convívio da coletividade.
Luta antiga
A luta da AABB contra o lançamento clandestino de esgoto e águas sujas na Lagoa Seca vem de longas datas. Por várias vezes, a Associação buscou uma solução para o problema junto aos órgãos competentes. Em junho de 2009, chegou a ser informada que através do PAC Drenagem haveria o repasse de R$ 108,5 milhões para cinco empreendimentos em Belo Horizonte no Barreiro e regiões Centro-Sul e Noroeste. Desse montante, cerca de R$ 7 milhões seriam destinados à Lagoa Seca, onde a Prefeitura de Belo Horizonte pretendia construir um canal para captação de água. Outro serviço seria a limpeza da bacia para evitar o empoçamento de água suja no local que já se tornou um cartão postal da cidade.
Mas, nada foi feito. Agora depois de buscar o apoio da Promotoria de Meio Ambiente, os órgãos competentes se sensibilizaram pela questão.
