Colapso no trânsito leva moradores a pedirem intervenções

TrânsitoSem investimentos públicos nos últimos anos, região do Belvedere e entorno sofrem com os congestionamentos. O resultado são motoristas presos em seus carros, moradores sem chegar em casa, trabalhadores amontoados nos interiores dos ônibus e estudantes sem aulas nas faculdades.

Pouco mais de uma hora de chuva na tarde do último dia 4 de novembro e as pistas dos dois lados do Anel Rodoviário, próximo à Cidade Industrial, ficaram completamente alagadas, impedindo o trânsito no local. O resultado foi o caos estabelecido com reflexo em várias regiões de Belo Horizonte, principalmente, no Belvedere e BR-356, um verdadeiro colapso no trânsito. A chuva que caiu por volta das 3h40m fechou o trânsito na BR e o efeito foi estrondoso em toda a Região Centro-Sul. E, dessa vez, como o problema aconteceu na via principal sem acostamento, não teve como desviar o trânsito para as vias marginais. Até os fatos serem revelados oficialmente muitos acreditavam que se tratava de um grave acidente, tamanho o congestionamento que se formou com filas de veículos parados em várias vias arteriais dos bairros da Cidade.

 

Na Savassi, o trânsito parou na descida da Avenida Cristóvão Colombo e quem precisava cruzar a Avenida do Contorno precisou de muita paciência. Estudantes das Faculdades Milton Campos levaram quase três para chegar da Avenida Nossa Senhora do Carmo até à instituição, onde algumas aulas foram canceladas. Bem perto dali, na MG-030, a dona de casa Maria Elisa Almeida Costa saiu de um condomínio em direção ao Colégio Santo Agostinho para buscar os filhos e precisou fazer muita manobra para retornar a rodovia, na tentativa de fugir do engarrafamento gigantesco.

A pergunta que fica é por quê o Anel Rodoviário consegue influenciar o trânsito na região? A resposta é simples e vem do engenheiro Osias Baptista, especialista em assuntos de trânsito: “O modelo que hoje está no Anel não comporta mais o fluxo de veículos. Há pontos de retenção que afetam ainda mais os congestionamentos, além de viadutos estreitos e inexistência da terceira pista em determinados trechos. Além do fato de o Anel ser a grande interseção de outras rodovias, como a BR-040, e estar ao lado de bairros e regiões que sofreram grande adensamento nos últimos anos. Não bastasse tudo isso, ele ainda sofre interrupções no fluxo como no entroncamento com das BR-356 e BR-040”, explica Osias Baptista.

Vila da Serra

O presidente da Associação dos Moradores do Vila da Serra e Vale do Sereno (AMAVISE), Antônio Faria, lembrou que todos os acidentes no Anel Rodoviário repercutem na vida da cidade: “Na realidade, não é só essa região que fica castigada. A avenida Amazonas, a via Expressa e as Avenidas do Contorno e Nossa Senhora do Carmo também são afetadas diretamente. Esse é um problema seríssimo que poderia ser atenuado com algumas intervenções nas rotatórias, ou com a presença de um guarda de trânsito para monitorar nos momentos estratégicos, nas horas de pico, quando os sinais deixam de funcionar. Em Nova Lima, a expectativa é que o novo secretário de Segurança, Juarez Azevedo, cuide dessa questão da segurança do trânsito. E que obras de infraestrutura já anunciadas sejam concretizadas, como o viaduto sobre a BR-356 e a inversão do trânsito, conhecida mão inglesa, no trevo do BH Shopping”, destacou.

Belvedere

O diretor da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere (AABB), José Renato Pereira, não ficou parado no trânsito. No alto de seu apartamento, ele disse ter assistido “o colapso do trânsito que causou buzinaço e até mesmo estresse emocional em vários motoristas”. Para o diretor, é preciso “que sejam feitas interferências em alguns trechos, com a inversão de mãos de direção em horários de pico, principalmente, nas vias arteriais de saída do bairro. Além de várias outras obras viárias no Vetor Sul, que está abandonado pelo poder público. A última obra realizada foi a trincheira da Contorno, no bairro Gutierrez. Porque as demais interferências na Zona Sul foram através da iniciativa privada”, ressaltou.

Para José Renato Pereira, a BHTrans deveria realizar um estudo nas vias de maior fluxo, com a possibilidade de inversão de sentido e outros ajustes, para facilitar o fluxo pesado de veículos no bairro. “Pagamos altos impostos sem que esses invertam em obras para o Belvedere. Entendo que os impostos arrecadados poderiam ser melhor distribuídos. Que fossem sim investidos em regiões mais carentes, mas que também contemplassem obras de infraestrutura para os moradores. Aqui não vemos contrapartida nenhuma nesse sentido”, reiterou.

Alto Santa Lúcia

O advogado Fernando Santana, morador do Alto Santa Lúcia, disse que a região é uma das que mais sofre quando o trânsito se fecha, devido aos acessos ao bairro: ou pela Raja Gabaglia ou pela Avenida Nossa Senhora do Carmo. E se essas estão fechadas, fica impossível o acesso do morador. Ele também lamentou não terminarem as obras do Portal Sul, que prevê o viaduto sobre a BR-356 e disse que além dessa é necessária a intervenção da BHTrans urgentemente no entroncamento das avenidas Barão/Raja, onde a retenção de veículos é tão grande que causa reflexos em toda a região.

Fernando Santana também lamentou a insegurança vivida por muitos trabalhadores que precisam cruzar o viaduto sobre o trevo do BH Shopping a pé, para terem acesso aos pontos de ônibus do outro lado. “É uma travessia perigosa e totalmente invisível aos olhos do poder público”, alertou.

Fonte: http://www.jornaldobelvedere.com.br/index.php/2016-04-13-16-28-18/transito/item/3725-colapso-no-transito-leva-moradores-a-pedirem-intervencoes-na-regiao

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Av. Luís Paulo Franco nº 500 • 12º andar • sala 1203 • Belvedere • Belo Horizonte • MG

+55 31 3286-7896

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