Árvores no Belvedere formam “cortina verde” para conter poluição sonora

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Associação dos Amigos do Bairro Belvedere (AABB) desenvolve projeto de arborização entre as praças Lagoa Seca e Marcelo Góes Menicucci com intuito de amenizar o barulho proveniente da circulação de veículos e trazer mais beleza à região.

Quem trafega pela via em frente ao BH Shopping percebe logo ao lado direito, no sentido Bairro/Centro, que existe uma barreira de árvores plantadas linearmente até a confluência com a BR-356, fazendo uma divisória entre as Praças Marcelo Góes Menicucci e Lagoa Seca.  O plantio foi definido pela Associação dos Amigos do Belvedere através de critérios de reflorestamento e paisagismo, contemplando também aspectos estéticos, de conservação e segurança. Formada por fileiras de árvores, estas “cortinas verdes” têm a função de reduzir  a poluição sonora provocada por veículos que circulam na via, bem movimentada, que dá acesso ao bairro.

É certo que o projeto de arborização da “cortina verde” está em processo de plantio e adaptação e, algumas árvores sentem os efeitos da poluição e não encontraram o melhor clima para o seu desenvolvimento. Mas a intenção é boa e bastante louvável. “Nosso objetivo é adensar o limite entre o asfalto e o canteiro com uma arborização planejada e que agrade a todos”, explica o presidente da Associação dos Amigos do Belvedere (AABB), Ubirajara Pires Glória.

Segundo ele, estão sendo plantadas cerca de 500 mudas de espécies diferentes, que se adaptam bem ao clima e utilizadas em áreas como a que foram destinadas. Ele informou também que esse é um trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo de vários anos. “A AABB identifica as áreas que poderão receber mudas como estas e inicia logo o plantio. Só na Lagoa Seca estão dezenas de árvores de espécies diferentes, incluindo algumas palmeiras imperiais plantadas ao longo na calçada. No passado, a Associação realizou o plantio de mais de 1 mil pinheiros e pinus na divisa da Rua Rodrigo Otávio Coutinho com o ramal desativado da Rede Ferroviária”, disse Ubirajara.

Isolamento acústico

Em todo o mundo, a intensificação do tráfego – de automóveis, trens, aeronaves – tem agravado o problema da poluição sonora. A questão é o quê fazer para diminuir esses impactos? Na impossibilidade de diminuir ou eliminar o tráfego, soluções que atenuem o barulho tornam-se essenciais para garantir a qualidade de vida das pessoas, em especial daquelas que habitam áreas vizinhas a vias de trânsito pesado.

De acordo com Ubirajara, uma dessas soluções é “a instalação de barreiras acústicas, que funcionam como obstáculos entre as fontes geradoras de ruídos e os receptores. São recursos muito utilizados em países como Alemanha, o Japão e os Estados Unidos e em outros países da Europa. Um recurso que finalmente começa a ser disseminado no Brasil, como resultado de uma maior preocupação com o conforto ambiental”, explica o presidente da AABB.

Existem diversos tipos de barreiras acústicas: há os obstáculos naturais, como os formados por árvores e arbustos (as populares cercas-vivas), e os artificiais, constituídos por distintos materiais e geometrias. A escolha do sistema mais adequado passa por fatores técnicos e de ordem econômica.

Barreiras acústicas de blocos de concreto, além serem mais baratas, têm a vantagem de requererem menor manutenção. Os painéis metálicos apresentam baixo custo e facilidade de montagem. Já as placas de aglomerado de madeira podem ser aplicadas sobre muro já existente e, em função da melhor resistência e maior qualidade acústica, são mais onerosas. As barreiras de acrílico garantem transparência, tendo transmissão luminosa elevada. De maneira geral, os custos com manutenção crescem com a evolução da tecnologia empregada.

Já as de obstáculos naturais – “cortina verde” – que está sendo implantado no Belvedere, têm a pretensão de uma redução nos níveis sonoros quando o som passa por uma barreira vegetal. Segundo especialistas “quando acontece o balanço das folhas provocado pelo som, reflete a transformação das ondas sonoras em energia cinética, reduzindo assim os níveis sonoros do ambiente”.