No ano passado, o governo de Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte celebraram um convênio no valor de R$ 13 milhões, para a implantação do viaduto de transposição na BR-356, mas que ainda não saiu do papel. Já por parte da União, responsável pela obra, não há verba prevista no orçamento desse ano, o que significa que não será viabilizada em 2014.
A burocracia nos setores públicos para a liberação de documentos e, consequentemente, as verbas necessárias para início das obras dos dois viadutos, são mesmo os maiores entraves para finalização do Complexo Viário Sul, o que significa que os moradores da região do Belvedere e condomínios de Nova Lima continuarão enfrentando longas filas de congestionamentos diários, tanto em direção ao centro e como também às suas residências. Os dois viadutos - o que vai transpor a BR-356, em direção à MG-030 em Nova Lima e o outro em direção ao Rio de Janeiro, continuarão, ao que tudo indica, apenas como projetas nas pastas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão que detém a responsabilidade do empreendimento.
Embora anunciada no ano passado pelo governo de Minas, durante a celebração de um convênio entre o Estado e a Prefeitura de Belo Horizonte, a verba não está prevista no orçamento da União desse ano, o que indica que não será viabilizada em 2014. Segundo Fred Costa, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Complexo Viário Sul, “foi assinado convênio entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo do Estado em julho de 2013, no valor de R$ 13 milhões, para a implantação de um viaduto de transposição na BR, que ainda não saiu do papel, entretanto o ex-governador Anastasia já assinou a liberação dos recursos para a construção do empreendimento”. Passados nove meses da assinatura do convênio ninguém sabe informar sobre a obra determinante para a consolidação do Complexo Viário Sul.
O Complexo Viário Sul, tão sonhado pelos moradores, teve apenas dois apêndices concluídos: a alcinha ligando a BR-356 à rodovia MG-030, no sentido Jardim Canadá/Nova Lima e a trincheira inaugurada no ano passado para minimizar o trânsito no sentido MG-030 à BR-356, ambas medidas compensatórias de empreendimentos na região. Ou seja, ficará para depois os dois viadutos unindo a BR-356 à Nova Lima e o outro em direção de Nova Lima ao Rio, passando pela BR-356. De acordo com a BHTrans, cerca de 75 mil veículos trafegam por dia no entorno do BH Shopping, sendo que apenas no sentido Av. Raja Gabaglia/Nova Lima são aproximadamente 28 mil.
O empreendimento vem sendo cobrado pelo deputado Fred Costa, que esteve no evento de assinatura do convênio na Cidade Administrativa, quando fora anunciado um aporte de R$ 13 milhões para a obra. O parlamentar chegou a agendar uma audiência pública, mas a mesma foi cancelada por falta de confirmação de presença de representantes de órgãos públicos. “O ex-governador Antônio Anastásia assinou o contrato com a PBH e agora nove meses após a assinatura do convênio, não houve nenhum avanço e não conseguimos vislumbrar o início dessa obra. Agora, vou procurar o governador Alberto Pinto Coelho, para continuarmos essa luta”, disse. Segundo ele, foi informado pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas que para a liberação do dinheiro é necessário o envio de documentações pela PBH, conforme consta em contrato.
Em entrevista à imprensa, o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia, Clemenceau Chiabi Saliba Júnior, informou que é injustificável uma obra como esta, de baixa e média complexidade, e que já poderia ser executada há mais tempo, contar com um atraso tão grande, por pura burocracia.
Para Ubirajara Pires Glória, presidente da Associação dos Amigos do Belvedere (AABB), reforça que a conclusão das obras desses dois viadutos são de fundamental importância para o bairro e a região. “São obras estruturantes e determinantes para os moradores do Belvedere, do Santa Lúcia e de Nova Lima, Rio Acima e Raposos. Além disso, representam uma promessa antiga do poder público com os moradores da nossa região e que não está sendo cumprida. E quando estiverem prontas, já estarão defasadas em relação à demanda atual existente”, relatou o presidente da AABB.
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