PM evolui com Programa de Rede de Vizinhos Protegidos no Belvedere

RedeDeVizinhosPMDepois da Copa do Mundo, comando da Polícia Militar volta a se reunir com moradores para definir o projeto de prevenção e combate à violência.

A Polícia Militar evoluiu bastante com o levantamento de dados, contatos diretos a moradores para a implantação do Programa de Rede de Vizinhos Protegidos no Belvedere. Mas, depois de três reuniões com moradores, esse trabalho somente voltará na segunda quinzena de julho, após a realização da Copa do Mundo, quando será marcada uma nova reunião para esclarecimentos finais. Segundo informou o Capitão Jackson, do 22º Batalhão da PM, coordenador dessa ação dentro do Belvedere, a interrupção momentânea acontece em função do clima de insegurança em razão de manifestações anunciadas por causa da realização do mundial. Enquanto isso, moradores continuam o trabalho de conscientizar as pessoas a participarem do programa, no intuito de unir forças à ação da Polícia Militar.

Durante a realização da última reunião com moradores, no auditório do Colégio Edna Roriz, o Capitão Jackson fez uma ampla apresentação do projeto, apresentou casos de sucesso e regiões onde o programa fora implantado, e abriu o debate para todos os presentes tirarem suas dúvidas. O primeiro a se pronunciar foi o presidente da Associação dos Moradores do Bairro Bevedere (AABB), Ricardo Jeha, que elogiou a transparência do trabalho da PM nesse momento dentro do bairro e enumerou as falhas no pronto atendimento às ocorrências. Segundo Jeha, embora haja avanços no combate à criminalidade, serão necessárias ainda muitas mudanças no comportamento da polícia para que o serviço seja assimilado pela comunidade e opere com sucesso. “Muitos moradores reclamam que depois de ligar para o 190 os militares demoram a chegar, seja qual for o motivo – falta de efetivo, problemas de ordem da própria comunicação ou outro qualquer. Isso precisa realmente ser corrigido”. Ele lembrou que já tentou disponibilizar um celular para a PM, onde o morador poderia se comunicar diretamente. Mas, na ocasião, foi esclarecido que a polícia não pode ter esse canal específico com uma comunidade.
Participação

O morador Nélson Santos, que também esteve presente à reunião, disse que esta ferramenta da PM de conscientizar as pessoas para que elas colaborem na segurança pública, embora um pouco atrasada dentro do bairro, é muito boa. Segundo ele, as reuniões são importantes apesar de esta última contar a infelicidade de ter um perfil com motivos alheios, pois em função da carta enviada por um vereador aos moradores anunciando uma tal base móvel no bairro, acabou esvaziando um pouco a sessão.

Ainda de acordo com o morador, a PM nunca vai conseguir levar 200 pessoas para estas reuniões, porque cada comunidade tem um perfil específico. “Por isso, precisam agir de maneira diferente, com outro tratamento no modo de implantação do programa”, defendeu. Ele informou que já procurou seus vizinhos e juntos criaram um grupo de seis casas e normas de aviso e segurança entre eles. “Agora precisamos das placas para identificação da rede. Isso ajuda a inibir a ação de bandidos e desperta a curiosidade de outros vizinhos para a formação de novos grupos, que por sua vez vão estabelecer outras táticas diferentes de abordagens, fortalecendo ainda mais a Rede”.

Ubirajara Pires, presidente da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere (AABB), lembrou durante a reunião que “a segurança jamais será estabelecida sem o envolvimento da população. Porque sozinha, a PM não consegue atender a todas as demandas. É necessária a colaboração de todos”.
Ainda segundo Ubirajara Pires, “diante de todas as dificuldades que os cidadãos enfrentam, atualmente, no campo da segurança, é preciso reconhecer a importância desse projeto da PM - rede de vizinhos - como uma medida preventiva eficaz em benefício dos cidadãos do Belvedere. Essa iniciativa se potencializará com a efetiva participação da comunidade do Belvedere e com o monitoramento permanente das Associações do Bairro. Como já dispomos de canais de articulação e de comunicação entre todos os associados, gozando de credibilidade e de legitimidade junto à população local, esperamos reforçar nossas ações, em parceria com a PMMG, em prol da segurança que almejamos para todos. Trata-se, portanto, de mais uma conquista da coletividade e de inegável interesse público. Conclamamos, pois, todos os síndicos e moradores a comparecerem à próxima reunião, ocasião em que poderemos contribuir para a viabilização desse importante projeto”, salientou.

Na ocasião ele lembrou o trabalho da segurança realizado pela polícia no bairro, com o apoio do Cel. Divino Pereira de Brito, Chefe do Estado Maior da PMMG, e questionou o capitão da PM sobre a base móvel divulgada em uma correspondência por um vereador.

O capitão Jackson voltou a informar que “não existe nem aumento de efetivo, nem a tal base e que esta apenas atua em pontos estratégicos quando há eventos no bairro. Sempre em horário em que o fluxo de pessoas for maior, policiais estarão presentes naquele local específico para inibir as práticas criminais”.

 
Vereador é questionado por moradores

A reunião teve momentos tensos com a presença do vereador Marcelo Aro que pediu a palavra para justificar a carta enviada por ele aos moradores. Segundo o vereador, só fez isso porque teve a garantia do Estado de que essas ações seriam aplicadas. Ao responder à pergunta do presidente da AABB ao capitão da polícia, sobre a tal base móvel e o aumento de efetivo, o parlamentar ironizou o presidente da AABB, Ubirajara Pires, chamando-o por diversas vezes de ‘eterno presidente, presidente eterno’. A insistência do vereador em desrespeitar um líder comunitário atuante e com credibilidade dentro do bairro, acabou provocando mais indignação aos presentes. Ubirajara Pires respondeu incisivamente ao vereador, dizendo que este não sabia “o que é ser um líder e o que é trabalhar seriamente por uma comunidade”. E deixou o local alegando “que não participaria mais da reunião com a presença do parlamentar”.

Vários moradores presentes e representantes das associações ficaram irritados com a postura do vereador pelo fato de ter criado uma expectativa na comunidade de algo que não era visível. Um desses moradores chegou a acusar o parlamentar de fazer da reunião seu palanque eleitoral, com um assunto de extrema importância. E disse que não aceitaria continuar naquela reunião onde um palanque político estava sendo montando.
Aumento de impostos

Outro questionamento foi o de um morador, que se dirigiu ao parlamentar indagando se esse não sabia que a segurança pública era dever do Estado. “Ao invés de publicar uma carta com ações da PM que de fato não existem no bairro, o vereador deveria votar contrário às leis municipais de aumento de impostos que estão penalizando ainda mais a vida dos empresários, proprietários de imóveis e da sociedade. E, ao contrário disso, o vereador votou favorável a todas estas leis”, declarou o morador.

O diretor da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere (AABB), José Renato Pereira deixou o local bastante contrariado e ressaltou “que estão esquecendo que o Belvedere é um bairro de pessoas altamente formadoras de opinião, inteligentes, que não se deixam enganar facilmente com essas e outras promessas, ou com ações que de fato não existem como estas anunciadas na carta enviada aos moradores. Aliás, essa não é a primeira vez que ele tenta tirar proveito de uma situação, sem conhecimento do trabalho anterior que foi feito pelas instituições do bairro”.

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Associação dos Amigos do Bairro Belvedere • AABB
Av. Luís Paulo Franco nº 500 • 12º andar • sala 1203 • Belvedere • Belo Horizonte • MG

+55 31 3286-7896

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