Moradores reclamam da sujeira de obras da Gasmig

GasMig_CopasaO rastro de sujeira com excesso de poeira e pó de minério deixado pelas obras de instalação e canalização do gás natural pela Gasmig no Belvedere tem tirado os moradores do sério. Além disso, as interdições de partes das ruas com a abertura de valas e o acúmulo de terra vêm trazendo reflexos no trânsito, principalmente, nos horários de pico, com grandes congestionamentos. Os moradores reclamam também do asfalto mal feito. A Associação de Amigos do Bairro Belvedere (AABB), através do seu presidente, Ubirajara Pires, informou que o acordo para a limpeza do local, feito antes do início das obras, não está sendo cumprido pela empreiteira contratada pela Gasmig, a responsável pelas intervenções nas ruas.

Problemas de saúde

Segundo Ubirajara Pires, os moradores estão vivendo todo tipo de transtorno, desde a poeira que é carregada pelos sapatos para dentro de casa, até aqueles transtornos na conservação e manutenção dos passeios, além da qualidade do ar que causa complicação para quem tem problemas respiratórios. “Com o tempo seco e o vento do mês de agosto, o pó fino e avermelhado que vem das valas está causando muitos problemas.

Chamamos a direção da empresa para apresentar uma solução e esta nos informou que dentro de 24 horas faria a limpeza das ruas, mas isso não aconteceu. Trouxeram um minicaminhão para o serviço e este deixou foi lama nos locais por onde passou”, ressaltou Ubirajara Pires.

Para o presidente da AABB, o fato de a empresa ter acordado em fazer a limpeza e não cumprir não deixará outra saída senão entrar com a uma ação civil pública, exigindo que se cumpra o acordo. “A todo o momento sou abordado por moradores e síndicos de edifícios reclamando que suas residências não param limpas e que muitos são obrigados a retirar os sapatos na entrada de seus elevadores para não levar mais pó vermelho para dentro dos apartamentos. Entendo que esta é uma obra importante, mas é preciso buscar uma solução para tantos incômodos causados com a sujeira”, reforçou Ubirajara.

O trânsito intenso no bairro também contribui com a propagação da poeira, pois os carros passam pelas vias e a poeira é levada para dentro dos imóveis. Além do que, manter o carro limpo também está complicado.

Outros que estão reclamando são os comerciantes da região que veem suas vitrines e produtos tomados pelo pó. É visível também o estado de sujeira dos pisos desses estabelecimentos. Uma empresária da Lagoa Seca disse que “não adianta limpar, pois tudo se suja a todo instante. E que a obra está obrigando o comerciante a deixar um funcionário especificamente para fazer o trabalho de limpeza”.

O empresário Roberto Fagundes, também morador do Belvedere, chegou a ligar para a Gasmig e ouvir da funcionária que neste momento a empresa conta com a ajuda de São Pedro, pois com a crise hídrica será difícil lavar as ruas. “Isto é uma resposta que uma empresa, que está cometendo um deslize, dê a um cidadão?”, questiona o empresário.

Para Ubirajara Pires, isso é ainda mais revoltante. “Deveriam planejar melhor o trabalho e se achassem que deveriam contar com a chuva, então que não realizassem a obra neste momento. A empresa tem como adquirir caminhões pipa para esta limpeza, e esta água vai retornar para a rede pluvial e aos rios, sendo reaproveitada. O que estamos exigindo é que se cumpra o que fora acordado, quando nos informaram sobre as obras do gás na região”, finalizou.

Esgoto estourado

O sub-síndico do Belvedere Mall, Carlos Augusto Brandão, questionou duramente a forma como os trabalhos estão sendo conduzidos. Ele relatou que a empreiteira da Gasmig perfurou a tubulação de esgoto ao fazer as escavações em frente ao mall e foram os lojistas que perceberam por causa do mau cheiro. “Acionamos as empresas para o reparo e deparamos com a Copasa jogando o esgoto nas calçadas onde há lojas de alimentos e transeuntes. Agora, além da poeira temos a lama de esgoto para propagar doenças. Isso é uma questão de saúde pública, é muito séria. O Condomínio vai notificar extrajudicialmente as empresas”, ressaltou.

Empresa justifica transtorno da construção

Vale lembrar que o processo de instalação do gás natural passa por diversas etapas. Segundo a Gasmig, a primeira delas, ao término das atividades locais onde envolve várias perfurações, consiste na aplicação de um asfalto provisório. Na segunda, ao final das obras na região, a Gasmig aplica o asfalto definitivo, de acordo com as normas dos órgãos competentes. Ainda segundo a empresa, as calçadas também serão recompostas da mesma maneira que se encontravam antes das obras. “É um processo mais rápido e a reconstituição acontece logo após o fim das atividades.”

Na primeira reunião dos representantes da empresa com a Associação de Amigos do Belvedere, a empresa reforçou que exerce uma atuação junto às empreiteiras prestadoras de serviço, que seguem orientações rigorosas de manter os locais onde trabalham limpos e organizados, antes e após o término das atividades diárias, para minimizar os impactos à sociedade”. No entanto, não é isso que os moradores do Belvedere estão assistindo. “A sujeira tomou conta do bairro e a Associação de Amigos não vai permitir que fique como está”, alertou Ubirajara Pires.

Recomposição do asfalto

Em nota enviada ao JORNAL BELVEDERE, o consórcio LIBE TSCM, empresa contratada pela GASMIG, para realizar a implantação da Rede de Gás Natural no bairro, esclarece que “a obra está sendo executada por meio do Método Não Destrutivo, que utiliza Perfuratrizes Horizontais, minimizando consideravelmente o impacto dos trabalhos para a população. Desta forma, as valas são abertas em pontos específicos e, consequentemente, o volume de material retirado é muito menor que o método conhecido como destrutivo, onde as valas são abertas em toda a extensão das vias”.

A nota prossegue explicando que a recomposição do asfalto acontece toda vez que uma vala é aberta durante o andamento das obras para a construção da rede de gás natural. “Esta recomposição inicial acontece em até três dias úteis. Algumas vezes, é preciso fazer a reabertura de algumas valas, mas isto é uma atividade comum do processo, portanto, segue normas rígidas, que garantem a qualidade e a segurança da rede e da população. Caso necessário, também é feita a colocação de uma chapa de aço sobre a vala ou o seu fechamento no final dos trabalhos diários, para permitir o tráfego de veículos”.

Limpeza

Com relação à limpeza das vias, a empreiteira esclarece que utiliza caminhões pipa em algumas circunstâncias, porque, “devido ao período de chuvas escassas e campanhas para a economia de água, a prioridade é fazer a varredura do local onde acontecem as obras. As manchas que persistem sobre o asfalto são ocasionadas pela peculiar característica do solo do bairro Belvedere. Entretanto, as equipes já foram orientadas para reforçar a limpeza, com o objetivo de manter a região o mais organizada e limpa possível. Ao término da obra, a LIBE TSCM faz a conferência dos pontos que devem passar por reparos, inclusive aqueles apontados pela população, e finaliza os trabalhos deixando os locais por onde passou em ordem, conforme determina os órgãos reguladores”.

As obras da Gasmig foram iniciadas no dia 16 de junho e se estendem até janeiro de 2016, data prevista para o término do trabalho.

Fonte: http://jornaldobelvedere.com.br/portal/index.php/cotidiano/item/2934-moradores-reclamam-da-sujeira-de-obras-da-gasmig

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Av. Luís Paulo Franco nº 500 • 12º andar • sala 1203 • Belvedere • Belo Horizonte • MG

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